quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Lestat encontra Akasha






Lestat encontra Akasha

“Pois temos de nos lembrar de que por milhares de anos ela havia existido em silêncio. Flores e incenso, sim, isso eu lhe dava em abundância, mas música? Nunca. Só quando o mundo moderno tornou uma coisa dessas possível, e então a música de Lestat entrou na própria câmara em que ela se encontrava sentada, tremeluzente em suas vestes. E não a acordou apenas uma vez, mas duas.
O choque da primeira vez foi tão forte para mim quanto o da desgraça posterior, embora a situação fosse corrigida bem a tempo. Foi há duzentos anos, numa ilha do mar Egeu, que tive essa pequena surpresa, e deveria ter aprendido uma dura lição com ela, mas isso eu, no meu orgulho, não fiz. (...)
É uma percepção aterrorizante. Mesmo para os jovens que me contemplam, é dificil para eles compreender que podem se tornar tão lívidos e duros quanto eu. Com a Mãe e o Pai, era horrendo; e Lestat foi dominado pelo medo.
Entretanto, ele conseguiu refrear o medo, aproximar-se da Rainha e até mesmo beijar seus lábios. Foi muita coragem; mas, enquanto eu o observava, dei-me conta de que aquilo era perfeitamente natural para ele. E, quando se afastou dela, confessou-me que sabia seu nome.
Akasha. Era como se ela o tivesse pronunciado. E eu não podia negar que ela lhe fornecera o nome através da mente. Dos seus séculos de silêncio, sua voz viera mais uma vez, com sua confissão sedutora.”

Marius
As Crônicas Vampirescas: Sangue e Ouro Cp4 pg.45
Anne Rice

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